por Miguel Izidoro
Ao ver a foto do Príncipe Charles numa rua de uma favela do Rio de Janeiro, observando duas mulatas "sambando" (havia música?!), sou obrigado a dar razão ao escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues quando disse que "o brasileiro tem complexo de vira-lata".
Penso ser ridículo nossas autoridades levarem visitantes estrangeiros às favelas toda vez que um deles aporta neste país.
Vão lá mostrar os projetos sociais (sim, eles existem!), mostrar os meninos cantando música clássica, mostrar as meninas dançando balé, mostrar a quadra da escola de samba etc. E para quê?
Vale lembrar que só podem ir porque os traficantes que dominam todos morros da cidade permitem! Caso contrário não iriam!
Após a saída da comitiva festiva, a vida volta ao normal e todos continuam reféns da bandidagem... mas o pessoal engravatado volta rapidinho aos seus gabinetes confortáveis e refrigerados, tendo o cuidado de lavar bem as mãos antes de comer seus brioches.
Quanta hipocrisia!!!
WHAT IS THIS?
Fico imaginando se Mr. Charles não saiu da favela horrorizado ao constatar que pouca coisa mudou desde quando lá esteve em 1991.
Deve ter pensado... como um país que se diz emergente deixa seu povo morar naqueles morros, em barracos, sem saneamento básico, sem saúde, sem segurança... sem... sem... sem...
NEWS
E seus súditos, ao verem essa foto no jornal, talvez comentem com os amigos: "você viu o príncipe ao lado daquelas negras exóticas do Brasil?... será que elas se vestem assim porque lá faz muito calor o tempo todo?"...
E DAÍ?!
Levaram o príncipe à favela para mostrar o quê? Para que vejam nossa "cultura"?
Querem mostrar que o pobre é feliz por viver ali? O que isso significa para um estadista estrangeiro?
Como dizia o carnavalesco Joãozinho Trinta: "pobre gosta de luxo... quem gosta de pobreza é intelectual..."
E o carnaval não acaba nunca...
Levaram o príncipe à favela para mostrar o quê? Para que vejam nossa "cultura"?
Querem mostrar que o pobre é feliz por viver ali? O que isso significa para um estadista estrangeiro?
Como dizia o carnavalesco Joãozinho Trinta: "pobre gosta de luxo... quem gosta de pobreza é intelectual..."
E o carnaval não acaba nunca...
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